sábado, 15 de janeiro de 2011

Soneto XLVII


Entre olho e coração um pacto distinto, bem servir um ao outro deve agora.

Quando para ver-te o olho está faminto, ou a suspirar de amor o coração se afoga.

O olhar desfruta o retrato de meu amor.

E o coração ao banquete figurado convida. De outra vez, ao imaginado amor o olhar a tomar parte é convidado.

Assim, por meu amor ou tua imagem, és sempre presente ainda que distante, pois não podes do pensar ir mais além. Se estou com ele em ti a todo instante.

Se adormecem, tua imagem na minha visão desperta ao deleite vista e coração.

William Shakespeare

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