domingo, 30 de janeiro de 2011

Dias...


Há um brilho de faca, Onde o amor vier, E ninguém tem o mapa, Da alma da mulher... Ninguém sai com o coração sem sangrar, Ao tentar revelar, Um ser maravilhoso, Entre a serpente e a estrela... (Zé Ramalho)


Sentiu-se especialmente só naquele domingo. Mais uma vez a solidão voltou a bater às portas do seu coração. Não sabia ao certo o porquê daquele sentimento, tinha a companhia das filhas, a TV a cabo, o aparelho de som (sim ela viveria sem TV, mas jamais sem música!) e seu maravilhoso mundo de livros.


Mas naquele dia nada parecia amenizar o efeito daquele sentimento, nem o Pink Floyd, nem a TV; nada fazia passar o peso de chumbo em seu ser, nada a fazia sentir-se melhor. Ah a solidão é uma bandida, é como uma pequena dor de dente, incomoda mas não mata.

Começou a pensar se aquela altura da vida ia retroceder e pensar como o maluco beleza, Raul "Antes mal acompanhada do que só", pensou também em outra música d'ele, e pensou que este seria um bom dia para a terra parar "Essa noite eu tive um sonho de sonhador, maluco que sou, eu sonhei com o dia em que a terra parou, com o dia em que a terra parou, foi assim, no dia em que todas as pessoas do planeta inteiro, resolveram que ninguém ia sair de casa, como que se fosse combinado em todo o planeta, naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém...”, riu um pouco desta idéia boba; pensou que até então nunca havia se sentido assim. Durante a tarde havia tentado tomar um sorvete com um amigo, mas ele não lhe respondera a mensagem.

Tentou então, sem sucesso ler um livro (seus companheiros leais e diários), infelizmente não conseguiu; voltou a pensar em sua vida, pensou em quantas pessoas já haviam cruzado seu caminho, em quantas nem sequer olhou e em tantas outras que simplesmente desprezou.

Achou que já estava na hora de dar uma chance há um velho pedido de namoro, afinal a vida é feita de tentativa e erro, e ela nunca teve medo de tentar.

E sabia também que amanhã é um outro dia...

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