sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Hoje choveu....


É incrível como amo a chuva.

Dentre os fenômenos da natureza, este é o que me inspira e me faz ver com maior clareza quão belo é o poder e o amor de Deus.

Indescritível a sensação boa que ela me causa. Me faz recordar longínquos tempos onde numa casinha de madeira, com telhado de zinco ouvia o barulho da chuva e aprendia a respeitá-la e amá-la e assim adormecia.

Ao recordar a infância o saudosismo me remete às brincadeiras de pique, queimada, nadar na chuva, ou simplesmente o ato de correr levantar os braços para o céu a saudá-la como se saúda uma amiga há muito esperada, e neste momento me deixar encharcar...

Ah que maravilha! Que prazer inenarrável. Euforia mesmo.
 
Muitos anos se passaram e ainda hoje, quando chove vou para a rua, ergo os olhos para o auto e fico ali parada sentindo os pingos um a um inundarem meu corpo, molharem meus cabelos, escorrerem por minha blusa e chegar às costas, seios, enfim; sinto o vento no rosto, em seguida o calafrio que percorre a espinha, arrepiando-me e finalmente os pingos invadem minha alma, meu ser agradece ao criador e fico profundamente emocionada.

Adoro o frio, o vento, o cheiro de grama molhada... Percorrer as ruas após uma maravilhosa chuva é o mesmo que estar próxima ao céu.

Muitas vezes ao fixar os semblantes das pessoas em restaurantes, praças, ou em casa mesmo, percebo que neste momento grandioso em que a natureza entra no palco, a maioria fica introspectiva (assim como eu), olhando o poder de Deus a manifestar-se em toda a parte.

Nestes momentos, impossível é, não agradecer ao criador por tantas maravilhas...

Hoje, sentada, só, olhando a chuva da varanda de casa, percebo que assim como na natureza, os seres humanos têem seus ciclos, novamente minha mente me remete a um passado próximo, lembro-me de como minha filha se diverte nas águas quentes da piscina e ergue seus olhinhos tal qual a mim, e num impulso também ergue seus braços para o céu e ali, parada, recebe os pingos que a deixam ainda mais feliz, praticamente em êxtase; sim, ela também será uma admiradora da chuva...
 
Quem nunca parou para pensar na vida, ouvindo os pingos da chuva, ou vendo os raios riscarem o céu como línguas de fogo. Quantas pessoas já pensaram e se deixaram arrastar pela feliz idéia, de que, num dia chuvoso qualquer, estaria velhinha(o) ao lado do ser amado, pensando no tempo, agradecendo a Deus por ser amada(o) e segurando as mãos um do outro, neste momento adormeceriam, pois apreciaram a chuva como se fora um maravilhoso mistério da vida; vida que floresce graças às benditas gotas que caem do céu. Tudo isso me faz lembrar de uma linda música:
 
Água que nasce na fonte serena do mundo e que abre um profundo grotão, água que faz inocente riacho e deságua na corrente do ribeirão...

Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão, águas que banham aldeias e matam a sede da população... Águas que caem das pedras no véu das cascatas, ronco de trovão e depois dormem tranqüilas no leito dos lagos, no leito dos lagos...

Água dos igarapés, onde Iara, a mãe d'água é misteriosa canção. Água que o sol evapora pro céu vai embora virar nuvens de algodão... Gotas de água da chuva alegre arco-íris sobre a plantação. Gotas de água da chuva tão tristes, são lágrimas na inundação...

Águas que movem moinhos, são as mesmas águas que encharcam o chão e sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra...

Terra! Planeta Água

Terra! Planeta Água

Terra! Planeta Água...

Água que nasce na fonte serena do mundo e que abre um profundo grotão água que faz inocente riacho e deságua na corrente do ribeirão... Águas escuras dos rios que levam a fertilidade ao sertão, águas que banham aldeias e matam a sede da população...

Águas que movem moinhos, são as mesmas águas que encharcam o chão, e sempre voltam humildes pro fundo da terra, pro fundo da terra...

Terra! Planeta Água

Terra! Planeta Água

Terra! Planeta Água...



Planeta Água - Guilherme Arantes

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