quinta-feira, 31 de março de 2011

Soneto da Separação


De repente do RISO fez-se o PRANTO
Silêncioso e branco como a bruma.

E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama.

E da PAIXÃO fez-se o PRESSENTIMENTO
E do momento imóvel fez-se o DRAMA.

De repente, NÃO MAIS QUE DE REPENTE


Fez-se de TRISTE o que se fez AMANTE

E de SOZINHO que se fez CONTENTE


Fez-se do AMIGO próximo o DISTANTE

Fez-se da vida uma aventura ERRANTE!!

De repente, não mais que de repente.

 Vinicius de Moraes

Nenhum comentário:

Postar um comentário