"Ora vê-de que coisa desprezível fazeis de mim.
Pretendíeis que eu fosse um instrumento em que poderíeis tocar à vontade, por presumirdes que conhecíeis minhas chaves.
Tínheis a intenção de penetrar no coração do meu segredo, para experimentar toda a escala dos meus sentimentos, da nota mais grave à mais aguda.
No entando, apesar de conter este instrumento bastante música e de ser dotado de excelente voz, não conseguis fazê-lo falar.
Com a breca! Imaginais, então, que eu sou mais fácil de tocar do que esta flauta?
Dai-me o nome do instrumento que quiserdes; conquanto vos seja fácil escalavrar-me, jamais me fareis produzir som."
HAMLET, lll ato, cena 2
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